Uma cabeleireira transgênero brasileira, Tarlis Marcone de Barros Gonçalves, foi presa ao tentar entrar nos Estados Unidos e detida na base militar de Guantánamo. A detenção ocorreu após Gonçalves cruzar a fronteira do México em 15 de fevereiro, buscando asilo devido a perseguições por sua identidade de gênero. Ela pagou R$ 70 mil a um coiote para realizar a travessia.
Durante sua detenção, Gonçalves relatou assédio e falta de segurança, sendo mantida em uma ala masculina, onde não se sentia segura. "Disse várias vezes que era uma mulher trans e não me sentia bem no local só com homens", afirmou. Ela também mencionou que não teve acesso a comunicação com sua família ou advogados.
Após nove dias em um centro de detenção no Novo México, Gonçalves foi transferida para Guantánamo, onde ficou por cinco dias sem explicações. "Fiquei desesperada quando vi que tinham me levado para uma prisão em Cuba", contou. A cabeleireira foi posteriormente levada para Miami e, em seguida, para um centro de detenção na Louisiana, onde passou 17 dias em solitária.
Gonçalves foi deportada ao Brasil no início de abril, com algemas nos punhos e pernas. Ela voltou para Alvarenga, onde reside com seus pais e busca saldar as dívidas contraídas para a travessia. "Meu plano era construir um salão de beleza e terminar a casa dos meus pais", disse. A cabeleireira expressou sua indignação com o tratamento que recebeu, afirmando que "nunca imaginei que fosse parar em uma prisão em Cuba".
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